Pesca - Atividade Extrativista

Pesca - Atividade Extrativista

 

PESCA – ATIVIDADE EXTRATIVISTA

Até o ano de 1962 – todas as embarcações da barra do rio Gravatá, praticavam a pesca de forma artesanal, eram movidas a remo e a vela, não havia embarcações a propulsão mecânica, e todos os petrechos de pescas, eram confeccionados manualmente, o fio do tucum era muito utilizados nas confecções de redes, tarrafas, madres, arinques e alças de espinhéis.

 

PESCADOR ARTESANAL

Pessoas (pescadores) não habilitadas, que vivem em áreas de tradição, marítimas ou ribeirinhas, geralmente não são inscritos em colônias, MPA, não possuem cursos, nem CIR.

 

PESCA ARTESANAL

Praticada por pescadores que não são profissionais, que praticam geralmente a pesca compartilhada (tem outros tipos de trabalho para sua subsistência) de subsistência, não usam embarcações movidas a propulsão mecânica, e os aparelhos de pesca (redes, espinhéis, covos, tarrafas) são confeccionados artesanalmente.

Geralmente pescam em embarcações pequenas sem propulsão mecânica, confeccionadas artesanalmente, feitas de um único tronco de arvore (canoa), ou em jangadas, bateiras, batelão etc...

Seus petrechos de pesca são; redes, espinhéis, covos, tapumes, cercas, colocadas dos barrancos de rios, igarapés, ribeirões, beiras de praias sem usarem embarcações.

 A produção é baixa, praticam a pesca de subsistência compartilhada, nos últimos anos tem sido os mais prejudicados pelas fiscalizações, devido a falta de registro (licença) e residirem nas áreas com maior foco de preservação, fácil de fiscalizas.

 

MODALIDADES DE PESCA ARTESANAL:

Covos ou manzoás – caixas retangulares, cubos ou cone, com apenas uma boca por onde os peixes entram e não saem, são petrechos de pesca de espera, colocado no fundo de ribeirões rios e mares, são utilizados também por pescadores profissionais, semi e industriais.

Tarrafas - espécies de redes utilizadas manualmente, que com o arremesso das mãos formam um circulo, muito usado na região sul principalmente no estado de Santa Catarina, para a pesca da tainha.

Redes de espera –feiticeira – espécies de redes com três panos, entralhado meio a meio, sendo um pano no centro com malhas pequenas e dois panos com malhas mais laças por fora (arbitana), rede com muita eficiência para pescar, porém mais difícil para o desemalhe, pode ser de espera ou de derivar (caceio). Em alguns lugares é proibida pela fiscalização.

Redes de emalhe – redes com um pano, entralhado meio a meio, pode ser de espera ou de derivar (caceio).

Espinhel fino – composto por uma madre, arinques, bóias e anzóis. O espinhel fino para pesca de peixes de fundo, (corvinas, bagres etc.) termo utilizado antigamente, para diferenciar do espinhel grosso.

Espinhel grosso – utilizado para a pesca de cações(tubarões), hoje chamado de long-line e não mais utilizados pelos artesanais.

Arrasto de praia – rede em que uma embarcação movida a remo, cerca os cardumes que passam próximo da praia. Deixa-se um cabo na praia em que os pescadores ficam segurando e outro grupo de pescadores saem com o batelão cercando o cardume até chegar na praia, quando todos passam a puxar a rede para praia, na região sul ainda é utilizada na época da pesca da tainha.

 

PESCADOR PROFISSIONAL

Pessoas (pescadores) habilitados, licenciadas pelos órgãos competentes, possuem cursos, CIR etc.

 

PESCA PROFISSIONAL SEMINDUSTRIAL

Praticada por pescadores profissionais nas áreas de tradições (próximo da costa, áreas abrigadas), a bordo de pequenas embarcações, vendem suas produções, na beira da praia a atravessadores, que revendem para a indústria.

 

PESCA PROFISSIONAL INDUSTRIAL

Praticada por pescadores profissionais em alto mar (MAR ABERTO), por grandes embarcações, geralmente descarregam sua produção em grandes entrepostos ou diretamente na indústria.

 

PESCA AMADORA

Praticada por pessoas, para “passa tempo”, praticam com molinete, tarrafas, pequenas redes, geralmente comem o que pegam ou soltam.

 

PESCA ESPORTIVA

Praticada por pessoas mais abastadas, geralmente por lanchas oceânicas, nas proximidades de ilhas, parcéis, e até em alto mar, com corrico para pescar atuns agulhões dourados etc...

 

POR: Nicélio Assí Veloso.

 

Algumas informações sobre a pesca no Estado de Santa Catarina.

         

A pesca é uma atividade extrativa, onde extraímos os recursos naturais renováveis, alguns com ciclo de vida curto, como os forrageiros e outros com ciclos de vidas mais longos como os tubarões. Portanto se sabermos a época de pescar, o quanto, devemos pescar, e a época que devemos parar de pescar, para recuperar o estoque, não teremos problemas, a não ser aqueles reservados pela mãe natureza.  

Santa Catarina  é o maior produtor de pescado do Brasil. Em Itajaí se localiza o maior porto pesqueiro, do país e da América do Sul.

A pesca profissional e artesanal, com suas várias modalidades, é de grande relevância para a geração de emprego e renda. Precisamos investir em recursos humanos e melhorar a técnica, para que se produza de forma sustentável.

Todos os pescadores ganham por produção, os profissionais tem o piso, como base, para fins de INSS, férias, décimo terceiro e outros. Porem, se não produzir, não tem remuneração.

Algumas informações sobre as modalidades de pesca:

Pesca profissional industrial:

Pesca de parelha: Pesca efetuada pôr dois barcos arrastando uma única rede. Captura peixes demersais, como: corvinas, pescadinha, maria-mole, guete, castanha, e outros. Devido a falta de técnica e consciência, este tipo de pesca é bastante prejudicial a fauna marinha e ao próprio pescador, pois é muito grande a quantidade de rejeito às vezes chegando a aproveitar somente dez por cento do capturado e o rejeito é devolvido morto para o mar, além de que as redes arrastam no fundo revolvendo-os.  

Pesca de traineira: barcos que pescam com uma rede de cerco, que cercam os cardumes avistados, na sonda ou no sonar, suas principais captura são: sardinha verdadeira, tainha, anchova, corvina, sardinha lage, palombeta e outros.

Arrastões com redes duplas: barcos que arrastam quatro “portas”(portas servem para abrir as redes) e duas redes, uma em cada tangone ( mastro localizado em cada um dos bordos da embarcação exercendo a função de manter abertas uma rede da outra) , tendo ainda uma rede de prova, (pequena rede que se lança pela popa para ver se tem pescaria ou não), esta atividade nasceu com o objetivo de: os barcos maiores pescarem o camarão rosa, e os barcos menores( baleeiras), pescarem o camarão sete barba, mas durante o defeso, na ante safra, ou nos fracassos, estes barcos estão pescando outras espécies, ex. os barcos maiores vão pescar os peixes demersais diversos, desde a costa até altas profundidade (dos vinte aos quatrocentos metros), capturam peixes demersais de todas as espécies desde a costa do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Os barcos pequenos (baleeiras), pescam o camarão ferrinhos e o vermelho, na costa do Rio Grande e em Santa Catarina. Algumas destas embarcações, quando a produção de camarão está pouco também vão para o peixe, aumentando ainda mais o esforço de pesca em cima dos estoques.

Também assim como a parelha este tipo de pesca é bastante prejudicial a fauna. Devido a malha da rede ser de cinco centímetros, a captura de juvenil é bastante alta e são dispensado como rejeito, mortos ao mar.

Arrastões simples ou arrasto de popa: barcos que pescam com uma única rede pela popa. Objetivo principal pesca de peixes demersais diversos, também exercem suas atividades da proximidade da costa até altas profundidades. O tipo de captura é semelhante ao da parelha.

Barcos que trabalham com redes de malha(emalhar): esses tipos de embarcações capturam várias espécies, utilizam vários tamanhos de malhas e trabalham com redes de fundo ou de superfície. Os de superfícies tem como alvo os tubarões, principalmente o cação martelo (vaca, estes cações geralmente não são trazido para terra, são tirados as barbatanas e o corpo é jogado no mar). Os de fundo temos a pesca do cação anjo, que capturam outras espécies de cações também, e a malha da rede é de quarenta centímetro. Os que trabalham nos peixes demersais, diversos, tendo a corvina como o principal alvo. A malha da rede é de nove a quatorze centímetros. O tamanho dessas redes variam, até 350 panos, que podem chegar, até 24 km de rede estendida no mar.

Barcos de long.- line.

Temos os barcos que pescam com long-line ( espinhél de superfície, que chega atingir sessenta milhas de comprimento), seu principal alvo são os atuns e afins, (mekas, albacora lage, albacora branca, e outros)mas que capturam grande números de tubarões também.

E os barcos que trabalham com long-line (espinhel ) de fundo, tendo como o principal alvo, os chernes, mas que capturam batata, abrótea, seióba e outros.

Pesca de vara e isca-viva:

Esta atividade iniciou-se no Rio de Janeiro no primeiro semestre de 1977, por portugueses angolanos que aportaram por aqui no ano de 1976, e trabalhavam nos barcos de mar novo (pesca em que os barcos levam até 30 botes no convés) os quais os tripulante pescavam de dentro dos botes, esta modalidade deu lugar ao long-line de fundo). Os portugueses vendo que havia muito atum e bonito listrado no nosso mar pediram para os patrões transformarem os barcos para a pesca de vara e isca-viva, e hoje é uma das pescas mais importante na atividades pesqueira. No volume de produção por espécie só perde para a sardinha. Com uma produção média anual em torno de 12.000 toneladas, é o que mais gera empregos direto, em média 25 empregos a bordo de cada barco e para cada um emprego a bordo gera em média cinco outros em terra. algumas pessoas que não tem conhecimento são contra esta atividade. mas é  uma pesca seletiva, pois não captura os jovens e os que estão ovados também são muito difícil de capturá-lo (não aceitam o anzol). A isca que usamos é o juvenil da sardinha verdadeira ( sardinella brasiliensis ), que contribui com 50%, e a anchoa (boqueirão), com 40%, a sardinha lage e a sardinha mole, contribui com os outros 10%. Estes fazem parte dos forrageiros, e somente a sardinha verdadeira tem valor comercial. Segundo os técnicos que fazem o acompanhamento e pesquisa, afirmam que os atuneiros não são os responsáveis pela escassez da sardinha ou qualquer outra espécie.

Principais portos de pesca do estado, onde está concentrado o maior números de barcos e pescadores profissionais:

Itajaí

Navegantes

Porto Belo

Laguna

Os pescadores profissionais são de vários lugares do estado e do Brasil. Não tenho este percentual mas temos hoje pescadores do litoral e do interior catarinense, temos paranaense, paulista, gaúcho, carioca, capixaba e de outros estados. 

Pesca artesanal:

Arrasto de praia: rede que se cerca o peixe que passa pelo lance com uma canoa a remo e as pessoas da comunidade ajudam a puxar a rede da praia para ganhar um quinhão. Cercam até duas vezes por dia, ou quando avistam o peixe no lance. Em muitas comunidades esta atividade está desaparecendo, devido o auto esforço de pesca, das espécies imigratórias na origem e o aparecimento de outras atividades, esta pesca está perdendo o seu espaço.

Pesca de emalhar com redes de caceio ou fundeada: esta modalidade ainda é bastante comum em quase todas as comunidades pesqueiras e praticada de acordo com cada época. Em algumas delas as redes são fundeadas num dia e a despesca, que é o ato de retirar o peixe da rede no outro. Por vezes as redes só são retiradas no fim da safra ou para serem consertadas. 

Há também os pescadores artesanais, que pescam com embarcações a remo, fundeando suas pequenas redes próximo aos costões, praias e parcéis.

Caça de malha: pesca feitas por embarcações com redes de emalhar, de caceio. algumas cercam o cardume e fazem barulho para p peixe emalhar, outras tem carregadeira para fechar a rede por baixo. Estes tipos de pesca é muito usado na safra da tainha e da anchova.

Pesca de arrasto: baleeiras ou botes “boca aberta” onde os pescadores vão em busca do camarão sete-barbas. Saem pela madrugada retornando à tarde. No verão saem a noite, retornam pela manhã deixando o camarão para as esposas venderem aos turistas e retornam ao mar para trabalharem o resto do dia. Como toda pesca de arrasto esta pesca também capturam muitos juvenis pois a malha para capturar o camarão sete barba é dois centímetros, mas tem pescador que ainda forra o ensacador.

Informação sobre a produção pesqueira no estado nos últimos doze anos:

Ano                 informações           industrial               artesanal                  total

1990                                                64.597.937              9.240.542                  73.741.479

1991                                                80.867.401              6.015.215                   86.882.616

1992                                                77.413.106              6.627.380                   84.040.486

1993                                                97.694.440              5.907.667                  103.602.107

1994                                              115.313.722              8.298.148                  123.611.870

1995                                                75.182.059              6.049.081                    81.231.140

1996                                                 95.589.687             7.958.804                   103.548.491

1997                                              118.278.634              9.045.396                   127.324.030

1998                                              123.674.707              9.445.036                    133.119.743

1999  não descriminados                   -----                        -----                           --------------

2000  não descriminados                   -----                        -----                             71.041.835                  2001  não descriminados                6.212.699                  ------                             

2001  não descriminados             104.406.021                 ------                         110.618.720.

OBS:  Dados de 1990 à 1998 obtidos em CEPSUL/IBAMA (2000) extraído do boletim estatístico da pesca industrial de Santa Catarina – ano – 2001.(UNIVALI)

Nem todas as informações de produção aparecem nas estatísticas. Por falta de coleta de dados, ficam de fora muito da pesca artesanal, da pesca de subsistência, pesca amadora e outras que não são informadas.

            Algumas comunidades de pescadores artesanais. Locais e modalidades de pesca, no estado de Santa Catarina.

Santa Marta; pescam no mar aberto com redes de emalhar de espera e caceio.

Laguna; pescam no mar aberto, com rede de espera e caceio, arrasto de camarão, na lagoa Santo Antônio, lagoa de Imaruí e lagoa Mirim, com aviãozinho. (aviãozinho rede utilizada na captura do camarão nas lagoas).

Imbituba; pescam no mar aberto, rede de espera e caceio, arrasto de praia e arrasto de camarão, lagoa Mirim com aviãozinho no camarão.

Ibiraquera; pescam com tarrafas na barra e na lagoa de Ibiraquera.

Garopaba; pescam no mar aberto, com redes de espera e caceio, arrasto de praia e arrasto de camarões.

Pinheira; mar aberto, com redes de espera e caceio, arrasto de praia e arrasto de camarão.

 Papagaio ; maricultura.

Às comunidades que ficam as margens das baias norte e sul de Florianópolis; pescam de redes de espera, na baia norte e sul, e no mar aberto. Pescam o camarão, de tarrafa, a sardinha boca larga de traineira, ambas no interior das baias e estão entre os maiores produtores de ostras e mariscos de cativeiro.

Pântano do Sul; pescam de redes de espera e caceio, arrasto de camarões, arrasto de praias, redes de cerco.

Armação do Pântano: mar aberto, redes de espera e caceio, rede de cerco.

Barra da Lagoa: mar aberto, pescam de redes de espera e caceio, rede de cerco, caça de malha, arrasto de camarão e arrasto de praia.

Ingleses; mar aberto, pescam com redes de espera e caceio, rede cerco, caça de malha, arrasto de praia e arrasto de camarões.(entorno da reserva biológica do Arvoredo)

Ponta das canas; Canal Norte com redes de espera e caceio, arrasto de praia e arrasto de camarão.(Entorno da reserva biológica do Arvoredo)

Armação da Piedade; Canal Norte com rede de espera e caceio, arrasto de camarão e marisco de cativeiro.(entorno da reserva biológica do Arvoredo)

Ganchos de fora, do meio e canto; Canal Norte e Baia das Tijucas, com redes de espera e caceio, arrasto de camarão e maricultura.(Entorno da reserva biológica do Arvoredo)

Tijucas; Baia das Tijucas, com redes de espera e caceio e arrasto de camarão.(Entorno da reserva biológica do Arvoredo).

Santa Luzia; Baia das Tijucas, com redes de espera e caceio, arrasto de camarão. (Entorno da reserva biológica do Arvoredo).

Zimbros; Baia das Tijucas, com redes de espera e caceio, arrasto de praia, arrasto de camarão e maricultura. (Entorno da reserva biológica do Arvoredo).

Canto Grande de dentro; Baia das Tijucas, redes de espera e caceio, arrasto de praia, arrasto de camarão e maricultura.( entorno da reserva biológica do Arvoredo).

Bombinhas; redes de espera e caceio, arrasto de praia e arrasto de camarão. (Entorno da reserva biológica do Arvoredo).

Araçá; Enseada de Porto Belo, com redes de espera e caceio, arrasto de camarão e maricultura. (Entorno da reserva biológica do Arvoredo)

Porto Belo; Enseada de Porto Belo, com redes de espera e caceio, rede de cerco, arrasto de camarão e maricultura. (Entorno da reserva biológica do Arvoredo).

Itapema; Enseada de Porto Belo, com redes de espera e caceio, arrasto de camarão. (Entorno da reserva biológica do Arvoredo).

Barra de Camboriú; mar aberto, com redes de espera caceio, arrasto de camarão.

Fazenda (Itajaí); mar aberto, com redes de espera e caceio, arrasto de camarão.

Pontal (Navegantes); mar aberto com redes de espera e caceio, arrasto de camarão e traineiras (pescam bagres e sardinhas).

Barra do rio Gravatá (divisa de Navegantes com Penha); mar aberto com redes de espera e caceio, arrasto de camarão.

Praia de São Miguel (Penha); mar aberto com redes de espera e caceio, arrasto de camarão.

Armação de Itapocorói(Penha); Enseada de Itapocorói e mar aberto, com redes de espera e caceio, arrasto de camarão e maricultura.

Rio Irirí: (Penha); mar aberto com redes de espera e caceio, arrasto de camarão e maricultura.

Rio Piçarras; mar aberto com redes de espera e caceio, arrasto de praia e arrasto de camarão.

Itajuba (Barra Velha); mar aberto com redes de espera e caceio, arrasto de camarão.

Barra Velha; mar aberto com redes de espera e caceio, arrasto de camarão.

Barra do Sul ( São Francisco); mar aberto com redes de espera e arrasto de camarão.

Enseada de São Francisco; redes de espera e caceio, arrasto de camarão.

Barra do rio São Francisco do sul; há várias comunidades artesanais que pescam tanto dentro do rio, como no mar aberto, com redes de espera e caceio, arrasto de camarão.

            Como podemos ver a pesca artesanal com rede espera e caceio está presente em quase todas as comunidades.

            Caceio; arte de pescar com rede de emalhar que fica a deriva, boiada ou um pouco acima do fundo, amarrada na proa da embarcação, é recolhida de tempo em tempo, conforme a posição da pescaria e quando vai para o porto leva-se a rede.

            Espera; arte de pescar com rede de emalhar  que fica ancorada, sendo revistada diariamente (despescada), ás vezes só sendo retirada para conserto.

            Arrasto de camarão; arte de pesca com rede e portas (portas que faz a abertura das redes), que é arrastado pela embarcação. Arrasto simples com uma rede, arrasto duplo com duas redes e redes gêmeas com quatro redes.

       Nicélio Assí Veloso.

 Algumas informações sobre a pesca no Estado de Santa Catarina.   

A pesca é uma atividade extrativa, onde extraímos os recursos naturais renováveis, alguns com ciclo de vida curto, como os forrageiros e outros com ciclos de vidas mais longos como os tubarões. Portanto se sabermos a época de pescar, o quanto, devemos pescar, e a época que devemos parar de pescar, para recuperar o estoque, não teremos problemas, a não ser aqueles reservados pela mãe natureza.  

 Santa Catarina  é o maior produtor de pescado do Brasil. Em Itajaí se localiza o maior porto pesqueiro, do país e da América do Sul.

 A pesca profissional e artesanal, com suas várias modalidades, é de grande relevância para a geração de emprego e renda. Precisamos investir em recursos humanos e melhorar a técnica, para que se produza de forma sustentável.

 Todos os pescadores ganham por produção, os profissionais tem o piso, como base, para fins de INSS, férias, décimo terceiro e outros. Porem, se não produzir, não tem remuneração.

 Algumas informações sobre as modalidades de pesca:

 Pesca profissional industrial:

 Pesca de parelha: Pesca efetuada pôr dois barcos arrastando uma única rede. Captura peixes demersais, como: corvinas, pescadinha, maria-mole, guete, castanha, e outros. Devido a falta de técnica e consciência, este tipo de pesca é bastante prejudicial a fauna marinha e ao próprio pescador, pois é muito grande a quantidade de rejeito às vezes chegando a aproveitar somente dez por cento do capturado e o rejeito é devolvido morto para o mar, além de que as redes arrastam no fundo revolvendo-os.  

 Pesca de traineira: barcos que pescam com uma rede de cerco, que cercam os cardumes avistados, na sonda ou no sonar, suas principais captura são: sardinha verdadeira, tainha, anchova, corvina, sardinha lage, palombeta e outros.

 Arrastões com redes duplas: barcos que arrastam quatro “portas”(portas servem para abrir as redes) e duas redes, uma em cada tangone ( mastro localizado em cada um dos bordos da embarcação exercendo a função de manter abertas uma rede da outra) , tendo ainda uma rede de prova, (pequena rede que se lança pela popa para ver se tem pescaria ou não), esta atividade nasceu com o objetivo de: os barcos maiores pescarem o camarão rosa, e os barcos menores( baleeiras), pescarem o camarão sete barba, mas durante o defeso, na ante safra, ou nos fracassos, estes barcos estão pescando outras espécies, ex. os barcos maiores vão pescar os peixes demersais diversos, desde a costa até altas profundidade (dos vinte aos quatrocentos metros), capturam peixes demersais de todas as espécies desde a costa do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Os barcos pequenos (baleeiras), pescam o camarão ferrinhos e o vermelho, na costa do Rio Grande e em Santa Catarina. Algumas destas embarcações, quando a produção de camarão está pouco também vão para o peixe, aumentando ainda mais o esforço de pesca em cima dos estoques.

Também assim como a parelha este tipo de pesca é bastante prejudicial a fauna. Devido a malha da rede ser de cinco centímetros, a captura de juvenil é bastante alta e são dispensado como rejeito, mortos ao mar.

 Arrastões simples ou arrasto de popa: barcos que pescam com uma única rede pela popa. Objetivo principal pesca de peixes demersais diversos, também exercem suas atividades da proximidade da costa até altas profundidades. O tipo de captura é semelhante ao da parelha.

 Barcos que trabalham com redes de malha(emalhar): esses tipos de embarcações capturam várias espécies, utilizam vários tamanhos de malhas e trabalham com redes de fundo ou de superfície. Os de superfícies tem como alvo os tubarões, principalmente o cação martelo (vaca, estes cações geralmente não são trazido para terra, são tirados as barbatanas e o corpo é jogado no mar). Os de fundo temos a pesca do cação anjo, que capturam outras espécies de cações também, e a malha da rede é de quarenta centímetro. Os que trabalham nos peixes demersais, diversos, tendo a corvina como o principal alvo. A malha da rede é de nove a quatorze centímetros. O tamanho dessas redes variam, até 350 panos, que podem chegar, até 24 km de rede estendida no mar.

 

Barcos de long.- line.

 Temos os barcos que pescam com long-line ( espinhél de superfície, que chega atingir sessenta milhas de comprimento), seu principal alvo são os atuns e afins, (mekas, albacora lage, albacora branca, e outros)mas que capturam grande números de tubarões também.

E os barcos que trabalham com long-line (espinhel ) de fundo, tendo como o principal alvo, os chernes, mas que capturam batata, abrótea, seióba e outros.

 

Pesca de vara e isca-viva:

Esta atividade iniciou-se no Rio de Janeiro no primeiro semestre de 1977, por portugueses angolanos que aportaram por aqui no ano de 1976, e trabalhavam nos barcos de mar novo (pesca em que os barcos levam até 30 botes no convés) os quais os tripulante pescavam de dentro dos botes, esta modalidade deu lugar ao long-line de fundo). Os portugueses vendo que havia muito atum e bonito listrado no nosso mar pediram para os patrões transformarem os barcos para a pesca de vara e isca-viva, e hoje é uma das pescas mais importante na atividades pesqueira. No volume de produção por espécie só perde para a sardinha. Com uma produção média anual em torno de 12.000 toneladas, é o que mais gera empregos direto, em média 25 empregos a bordo de cada barco e para cada um emprego a bordo gera em média cinco outros em terra. algumas pessoas que não tem conhecimento são contra esta atividade. mas é  uma pesca seletiva, pois não captura os jovens e os que estão ovados também são muito difícil de capturá-lo (não aceitam o anzol). A isca que usamos é o juvenil da sardinha verdadeira ( sardinella brasiliensis ), que contribui com 50%, e a anchoa (boqueirão), com 40%, a sardinha lage e a sardinha mole, contribui com os outros 10%. Estes fazem parte dos forrageiros, e somente a sardinha verdadeira tem valor comercial. Segundo os técnicos que fazem o acompanhamento e pesquisa, afirmam que os atuneiros não são os responsáveis pela escassez da sardinha ou qualquer outra espécie.

 Principais portos de pesca do estado, onde está concentrado o maior números de barcos e pescadores profissionais:

 Itajaí

Navegantes

Porto Belo

Laguna

Os pescadores profissionais são de vários lugares do estado e do Brasil. Não tenho este percentual mas temos hoje pescadores do litoral e do interior catarinense, temos paranaense, paulista, gaúcho, carioca, capixaba e de outros estados. 

  

Pesca artesanal:

 Arrasto de praia: rede que se cerca o peixe que passa pelo lance com uma canoa a remo e as pessoas da comunidade ajudam a puxar a rede da praia para ganhar um quinhão. Cercam até duas vezes por dia, ou quando avistam o peixe no lance. Em muitas comunidades esta atividade está desaparecendo, devido o auto esforço de pesca, das espécies imigratórias na origem e o aparecimento de outras atividades, esta pesca está perdendo o seu espaço.

Pesca de emalhar com redes de caceio ou fundeada: esta modalidade ainda é bastante comum em quase todas as comunidades pesqueiras e praticada de acordo com cada época. Em algumas delas as redes são fundeadas num dia e a despesca, que é o ato de retirar o peixe da rede no outro. Por vezes as redes só são retiradas no fim da safra ou para serem consertadas. 

Há também os pescadores artesanais, que pescam com embarcações a remo, fundeando suas pequenas redes próximo aos costões, praias e parcéis.

Caça de malha: pesca feitas por embarcações com redes de emalhar, de caceio. algumas cercam o cardume e fazem barulho para p peixe emalhar, outras tem carregadeira para fechar a rede por baixo. Estes tipos de pesca é muito usado na safra da tainha e da anchova.

Pesca de arrasto: baleeiras ou botes “boca aberta” onde os pescadores vão em busca do camarão sete-barbas. Saem pela madrugada retornando à tarde. No verão saem a noite, retornam pela manhã deixando o camarão para as esposas venderem aos turistas e retornam ao mar para trabalharem o resto do dia. Como toda pesca de arrasto esta pesca também capturam muitos juvenis pois a malha para capturar o camarão sete barba é dois centímetros, mas tem pescador que ainda forra o ensacador.